ECONOMIA

Fiec Summit reforça protagonismo do Ceará no mercado de hidrogênio verde

O FIEC Summit 2024, organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), teve início nesta segunda-feira (12) e segue até amanhã (13), no Centro de Eventos do Ceará. Em sua terceira edição, o evento reuni líderes do setor produtivo, acadêmicos, autoridades públicas e a sociedade em uma discussão qualificada sobre o hidrogênio verde (H2V). As inscrições ainda estão abertas e são gratuitas.

De acordo com um mapeamento de oportunidades apresentado pela FIEC em parceria com o Governo do Estado, o Ceará tem potencial de atrair mais de US$ 30 bilhões (aproximadamente R$ 163,6 bilhões) em investimentos na área de hidrogênio verde até 2031. A capacidade de geração de energia é estimada em até 11 gigawatts (GW), com o Porto do Pecém projetando uma capacidade instalada de 6 GW até 2034. Este desenvolvimento deve duplicar a quantidade de empregos diretos e indiretos na região.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante, é gratificante perceber que a nova matriz energética se encontra em solo cearense. “A ambiência adequada para a produção mais competitiva e sustentável desse que é tido como o combustível do futuro. Está chegando o futuro e, diante dele, o povo cearense deve questionar-se sobre como se preparar para melhor usufruir das inúmeras oportunidades que estão por vir”, afirmou Ricardo Cavalcante.

O coordenador de energias da FIEC, Constantino Frate, enfatizou a importância do evento: “O FIEC Summit é fundamental para fortalecer o Ceará como um polo estratégico e protagonista na produção de hidrogênio verde no Brasil. É a oportunidade de discutirmos as melhores práticas e inovações, promovendo o desenvolvimento econômico sustentável do estado.”

“O Ceará, mais uma vez, está no centro das discussões sobre a transição energética e a construção de uma indústria verde. O futuro do hidrogênio verde começa aqui”, reforçou o governador Elmano de Freitas.

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Ceará se destaca pela competitividade no preço de produção de H2V, que depende da utilização de energias renováveis. O estado possui 100 parques eólicos que geram 2.577 MW, com outros 72 empreendimentos em construção que somarão 2.876 MW. Além disso, 26 empreendimentos de eólica offshore aguardam licenciamento, com potencial de gerar 64,9 GW. Na energia solar, o Ceará conta com uma capacidade instalada de 1.559 MW em 35 empreendimentos, enquanto 419 parques solares em construção adicionarão 16.738,3 MW de potência.

O hidrogênio verde, obtido pela eletrólise da água utilizando energias renováveis, é visto como um pilar na transformação energética global, com potencial de uso em indústrias, transportes e consumo doméstico. O Ceará busca não apenas a exportação de H2V para a Europa via Porto de Roterdã, mas também a importação para países asiáticos como China, Japão e Coreia do Sul.

Na solenidade do Fiec Summit 2024 estiveram presentes, também, o ministro da Educação Camilo Santana, o senador Cid Gomes, e os executivos das grandes empresas que construirão unidades industriais para a produção de hidrogênio verde no Complexo do Pecém, entre as quais Casa dos Ventos, Fortescue, a Qair Brasil, Voltalia e ArcelorMittal.

Fortescue apresenta detalhes do projeto de hidrogênio verde no Pecém, durante Fiec Summit

O country manager da Fortescue no Brasil, Luis Viga, foi um dos palestrantes do painel de abertura do Fiec Summit 2024, evento que promove uma discussão sobre a cadeia do hidrogênio verde, nesta segunda e terça-feira (12), em Fortaleza.

Com o tema “CEOs – Investidores e suas Iniciativas no Ceará”, que contou com mediação do presidente do Sistema FIEC, Ricardo Cavalcante, e participação de gestores de empresas com empreendimentos no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, Viga destacou detalhes do projeto da Fortescue no Pecém e também a expertise da companhia no desenvolvimento de tecnologias verdes e que promovem a descarbonização de atividades industriais em escala global.

“A Fortescue é a primeira mineradora a se comprometer a descarbonizar suas operações. Estamos em mais de 100 países, sendo que o Brasil foi escolhido como um dos projetos prioritários pela empresa no mundo”, disse Viga.

Segundo o country manager da Fortescue, o Ceará consome 1,6 gw de energia e o Projeto Pecém tem capacidade para produzir 2,1 GW de energia a base de hidrogênio verde, o que equivale a mais do que o estado todo consome. “Estamos criando um novo Ceará de consumo de energia. E isso gera emprego, traz tecnologia, linha de transmissão, fornecimento de energia eólica, solar e hidrelétrica. A cadeia do hidrogênio verde vai trazer muito mais investimento e trabalho de qualidade, além de interiorizar esse investimento”, disse.

Viga aponta que os projetos de hidrogênio verde vão contribuir para a neoindustrialização do Brasil: “Descarbonização, equidade, inclusão, rentabilidade acessível a todos, empregos de qualidade e inovação. Tudo isso vem para o país com esses grandes hubs que vão ser formados. Muito mais do que o hidrogênio, é um hub inteiro, são várias empresas se aglutinando aqui no Ceará e também no Brasil. E o Ceará vai ser referência e ajudar o Brasil a se neoindustrializar”.

A planta de hidrogênio verde da Fortescue, em desenvolvimento no Pecém, no Ceará, recebeu recentemente o apoio da Diretoria da companhia por meio de uma decisão antecipada de investimento, encontrando-se atualmente na fase de viabilidade. O Projeto Pecém está alinhado com o objetivo de descarbonização da indústria e deve receber decisão final de investimento em 2025. O investimento estimado é de US$ 5 bilhões, com expectativa de geração de 5 mil empregos na fase da construção.

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