Agronegócio brasileiro deve evoluir com a chegada do 5G.
O Brasil tem um dos agronegócios mais produtivos do planeta, mas a maioria dos empreendimentos rurais está distante da conectividade. Isso tudo deve mudar com a nova geração de internet móvel, que está prestes a chegar por aqui e promete uma revolução. O 5G tem conexão com velocidade ultrarrápida, trazendo uma evolução nos sistemas da Internet das Coisas (IoT), o que deve facilitar ainda mais a conectividade das máquinas, melhorando as formas de interação e aumentando a velocidade e a segurança na troca de dados.
Já adotada em alguns países, a tecnologia é 20 vezes mais rápida do que o 4G. Além de ter um tempo muito menor entre um clique e a resposta, seu alcance também é um fator determinante. Regiões remotas do País tendem a ser muito beneficiadas com a cobertura da nova tecnologia. Mas é principalmente o setor produtivo (indústria e agronegócio, por exemplo) que está prestes a viver uma revolução.
Segundo o deputado federal Vítor Lippi (PSDB-SP), cerca de 75% das propriedades rurais que produzem no País não têm conectividade, por isso o leilão do 5G será uma grande oportunidade. “O Brasil é um dos maiores países do mundo, um dos países que mais produz produtos agrícolas. Essa produção agrícola está distante dos nossos portos e, portanto, uma estratégia de digitalização da logística da produção rural é imprescindível”, alerta o parlamentar.
No edital do leilão, que foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está previsto que o 5G deve funcionar nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal em julho de 2022. Para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo é julho de 2029. Além do 5G, o edital amplia a cobertura de 4G para áreas hoje não atendidas.
Para o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Nogueira Calvet, a população deve ser muito beneficiada pela nova tecnologia, sobretudo por meio das empresas. “Terá um impacto, creio eu, até muito maior para as empresas. Porque o 5G é uma tecnologia que vai permitir a comunicação não somente entre as pessoas, mas sobretudo, entre máquinas. É máquina conversando com máquina, é máquina conversando com a infraestrutura”, disse.
Atualmente, as operadoras conectam, por exemplo, máquinas de cartão, monitoram caminhões e veículos, mas não vão muito além disso. A ideia é que o 5G ofereça ferramentas para conectar outros produtos e a custos mais baixos. Tecnologias como os carros autônomos e a telemedicina devem avançar com sua implementação, bem como a “indústria 4.0”, com toda a linha de produção automatizada.